Na prova de conceito de circuito bioeletrônico, os pesquisadores usaram a melanina produzida por lulas para interligar circuitos eletrônicos e circuitos iônicos.[Imagem: Paul Schwenn]
Bioeletrônica
A melanina serve para colorir nossa pele e nossos cabelos.
Mas o pigmento também pode se tornar a base de uma nova geração de componentes eletrônicos biologicamente amigáveis.
É o que demonstraram Paul Meredith e Ben Powell, da Universidade de Queensland, na Austrália, em um estudo que durou mais de 10 anos.
Segundo eles, as propriedades elétricas da melanina dão ao pigmento características "bioeletrônicas" - uma eletrônica biologicamente compatível.
Semicondutor orgânico natural
A maioria dos semicondutores são elementos ou compostos inorgânicos, como o silício ou o arseneto de gálio.
É certo que os semicondutores orgânicos já têm uma história respeitável, estando presentes em produtos de consumo, por exemplo, na forma de LEDs orgânicos (OLEDs), além de serem a base de vários modelos de células solares em desenvolvimento.
Ocorre que esses semicondutores orgânicos são criados artificialmente, enquanto a melanina seria, por assim dizer, um "semicondutor orgânico natural".
Circuitos eletrônicos e circuitos iônicos
Enquanto, nos semicondutores tradicionais, são os elétrons que conduzem a corrente, nos sistemas biológicos - nossos cérebros e músculos são bons exemplos - são os íons que transportam a eletricidade.
"Nós descobrimos que, na melanina, tanto elétrons quanto íons desempenham papéis importantes," conta o Dr. Powel.
Isso permite o uso do pigmento de forma seletiva, ora transmitindo elétrons, ora transmitindo íons.
Interface biológico-eletrônico
Os pesquisadores deram o passo seguinte.
"Uma área crítica onde podemos antever o uso da bioeletrônica é na estimulação ou reparo de rotas condutoras de sinais, como músculos ou cérebro," completa o pesquisador.
Redação do Site Inovação Tecnológica
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